Relato Goa
RESUMÃO
Não imaginem que esse será um tranquilo passeio de férias em um cruzeiro pelo Caribe, ou uma dançante visita às Ilhas Gregas... Nada disso... Vamos ralar à beça, muitas caminhadas, muito sol na nuca, noites mal dormidas, comidas mal digeridas de uma expedição extenuante... Oh dó! Então, nada melhor do que umas férias dentro das férias... Onde? Na tranquilíssima Palolem Beach em Goa... Quer dizer, não tão tranquilas assim... À noite balada hippie e boa noite Cinderela... Quer dizer não tão barulhenta assim, o trance, segundo a lenda, nasceu nas praias de Goa... O mais interessante é que o DJ rola o trance na praia, só que o som é escutado nos fones de ouvido, ou seja, a entrada na balada é adquirir um fone. A gringaiada dançando no silêncio noturno da praia, se quiser xavecar alguém, basta tirar o fone e conversar... Coisa de doido né e quem sabe no outro dia talvez já sem o baço, estaremos procurando pela típica massagem ayurvedica (à base de sanguessuga?) para aliviar as tensões e estarmos prontos para continuar a expedição, talvez sem o rim... Talvez querendo prolongar as férias dentro das férias na praia...
VIDA DIFÍCIL PATRÃO
Agora em Goa, mais precisamente em Palolem Beach, numa praia maravilhosa, com um céu sempre azul, com coqueiros por todos lados, uma praia limpa de água morna e serena, fazendo uma massagem de Ayurveda ao por do sol, Ahh paz finalmente...
Pela manhã, tomando café com os pés na areia nos melhores restaurantes do vilarejo, no jantar escutando blues ao vivo e comendo frutos do mar, ou os grandes peixes por 10 reais.
O "gayatre" é noturno. Já quase madrugada voltando pela praia incrivelmente iluminada, vendo fogos de artifício no final de janeiro, nosso réveillon atrasado...
Posso descansar em um Bungalow à beira-mar, que mais parece à casinha da Barbie (cor-de-rosa) e no início da alvorada poder escutar o barulho do mar da Arábia invadindo nosso Bungalow...
Você acha que isso não é Índia? Claro que é, as vacas estão nas praias junto aos barcos que levam os turistas às ilhas dos golfinhos, indianos de cachecol e touca, alugam caiaques para navegar pelo mar, ou tiram estupefatos centenas de fotos das bundas das gringas de biquíni... Já as indianas de sare ou burca colorem a praia...
O vilarejo de Canacona, chega a ser a praia dos meus sonhos... Na verdade há algumas semelhanças com as brasileiras: tem o restaurante do Coutinho, a farmácia do Costa e Silva, Guest House Bonifácio e se você os chamar de "patrão", eles vão adorar...
E por incrível que pareça, fiquei feliz ao ver pela primeira vez na Índia um cemitério cristão, igrejas, em um tuc tuc a imagem de Cristo.
Depois de relaxar ao lado do mar, era momento de desvendar Goa Velha, uma boa ideia é a de alugar uma motocicleta e passear por toda a região, não escolhi essa opção e segui de bus até Panaji, pelo caminho não me cansava de observar a paisagem tropical da região, a Índia parecia estar mais bela, mais verde...
Depois de quase duas horas estava na capital do estado de Goa, daqui era necessário pegar outro ônibus para chegar a Old Goa. Depois de vinte minutos estava próximo as ruínas da colonização portuguesa.
Me escondia debaixo de um coqueiro devido o sol forte, ao redor diversas igrejas, aquela paisagem parecia insólita, já estava acostumado com Shiva, Ganesh, e, observar aquele santuário cristão me causava comoção, outro fato que me chamava a atenção era a paisagem tropical no meio destas construções, para um brasileiro apaixonado por história, era como regressar a um Brasil de séculos atrás, que sempre imaginei através das leituras de livros, caminhava pela Old Goa, visitando as igrejas entre palmeiras e coqueiros, entre uma e outra visita, uma garrafa de água para se refrescar do calor exorbitante.
Próximo ao rio, local onde as caravelas atracaram, tinha um grande portal com um estátua de Vasco da Gama esculpida, em um museu de arte sacra, flores das mais diversas cores circundavam uma estátua da Virgem Maria, que carregava em seus braços o pequeno Jesus, ao lado ficava as ruínas de uma antiga igreja, e, mais uma vez fazendo um paralelo com brazilis, lembrando das igrejas de Ouro Preto, que pertencem a mesma época e estão todas conservadas, olhar aquele monte de pedras do que restou da Igreja de San Agostinho, causava uma grande comoção, refletia sobre a importância da conservação de nossas igrejas e ao mesmo tempo o que o abandono transformou em arte, porque ver ruínas de algo é muito belo e divertido e é um cenário para excelentes fotos...
Puxa vida, é hora de abandonar essa vida difícil e ir para Chenai, antiga Madra, conhecer a outra costa marítima indiana, chamada de Mar de Bengala...
Marcelo Nogal




A MISSA DO MOCHILEIRO
QUANTO TEMPO FIQUEI: 3 DIAS (RELAXANDO NA PRAIA E VISITANDO AS RUÍNAS CRISTÃS DE GOA);
COMO CHEGUEI: AVIÃO DE DELHI - SPICEJETE - E DEPOIS TÁXI ATÉ PALOLEM BEACH;
ONDE FIQUEI: NOS BUNGALOWS ÀS MARGENS DA PRAIA (5 DÓLARES À NOITES)
O QUE COMI: PEIXE COM ARROZ E BATATA;
COMO ME LOCOMOVI:DE ÔNIBUS E TUC TUC PELA REGIÃO;
PRA ONDE FUI: PEGUEI UM VOO PRA CHENAI - INDIGO -;
