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DA ONDE SURGIU A IDEIA DE PEDALAR DEPOIS DOS 30! 
UM SONHO DE LIBERDADE! ATACAMA (Chile)

Lá estava eu, onde o azul do céu era mais bonito, admirando a Cordilheira dos Andes ao meu redor, apesar de todos os alertas desesperados da minha família e dos meus amigos de não ir ao Chile por causa do H1N1… Mas não, em meados de 2008, lá estava eu, no cume de uma montanha filosofando sobre os tons alaranjados do Atacama! Até que avistei um grupo de viajantes de bike cruzando o horizonte, se perdendo em sinuosas curvas que levavam ao infinito das montanhas…

Naquele momento descobri que não tinha a liberdade que queria, meus pés não conseguiriam me levar até aquele infinito desconhecido! Entristeci, pois não sabia pedalar… Sim, um velho com mais de trinta anos que nunca se interessou em se equilibrar em duas rodas! Voltei com aquela frustração para São Paulo, um pensamento ficava martelando em minha mente: “Vou aprender a pedalar e voltar ao Atacama! Preciso evoluir, não posso continuar sendo um escravo dos pacotes turísticos!”, estava decidido…

(Aprendendo a andar de bike)
Comecei a tentar me equilibrar na pequena e velha bicicleta da minha irmã, mas não era fácil, subia na bike e caia, repetia inúmeras vezes, quase duas horas de insistência e nada! Não passava de cinco centímetros… Saía esgotado, suado, desanimado! Mas quando o sol nascia meu ânimo revigorava, então seguia pra casa da minha irmã…

Depois de uma semana decepcionante, eu já não me achava um cara tão persistente assim, mas quando me imaginava pedalando livre, imerso na imensidão azul do céu do deserto, criava forças e continuava tentando, minha irmã até que ajudava, ia segurado no banquinho, era meio constrangedor, todos que passavam olhavam, alguns indignados, outros me desanimavam diziam “Não conseguiu aprender quando criança, agora vai ser difícil!”. Já uns velhinhos tentavam me incentivar: “Rapaz não olhe pras rodas, olhe pra frente!” Minha irmã cansou, eu também e nada, não seria naquele dia que eu sairia pedalando… Mais uma semana de esforços em vão, já estava começando a duvidar das minhas capacidades, mas parecia ser tão fácil, por que eu não conseguia me equilibrar?! Que droga! Fiquei irritado…

Se passaram três dias e eu nem fui tentar, já não acreditava mais, minha irmã insistiu que eu continuasse, que era assim mesmo, que demorava pra aprender… Mais dois dias tentando e nada! Mas minha irmã gritou “Marcelo, está pedalando!” como assim, tentei olhar pra trás meio desequilibrado e não vi minha irmã segurando a bicicleta, estava pedalando, e a bicicleta pegando velocidade, “como que se para esse troço, ahhhhhhhhhhh!” foi também o dia que levei o primeiro super tombo… Agora tinha que descobrir onde ficava o freio!

E foi assim mais uma semana, empolgado, aprendendo a fazer curvas, conseguindo dar a volta no quarteirão… Agora precisava comprar uma bike! Puxa, a nova, tinha dezoito marchas, e, o meu carro velho só ia até a quinta… É… Ainda tenho muito que aprender, até voltar ao Atacama! O novo desafio era o meu condicionamento, não ia conseguir chegar à primeira curva das montanhas dos Andes.

Tracei um circuito pelo meu bairro aonde iria me condicionar, comecei pedalando dez quilômetros, depois aumentei pra vinte, e encontrei uma ladeira enorme em minha frente… Só de olhar a subida eu já caia da bicicleta. Pedalava dia sim e dia não, mas quando chegava à subida não tinha fôlego, nunca conseguia, mas eu não ia desistir, não agora… Aumentava as distâncias, mas quando chegava a tal subida do Cabuçu, as pernas tremiam, a pressão caia e o velho aqui não conseguia…

Foi um mês de esforços e subia até a metade da ladeira… A chamava de ‘montanha mágica’. Se eu passasse por ela, eu conseguiria transpor qualquer uma nos Andes! Assim segui por mais um mês, trocando as marchas, com os joelhos doendo, bebendo água, cada dia que tentava, mais um pedacinho da montanha eu subia.

Até que num domingo chuvoso, com todas as forças que tinha consegui transpor a montanha mágica. Larguei a bike na rua e pulei que nem uma criança , emocionado por minha façanha. Eu sou assim, me emociono com qualquer coisa. Feliz, agora eu sabia o porquê ela era mágica, porque ela transformava crianças em homens fortes…

Seis anos depois estava lá de novo, vendo a lua onde o céu é mais bonito, acampado no deserto com uma bike alugada, só o silêncio me separava das estrelas… A Sombra do Asfalto também estava lá, era meu anjo, um cão que me seguia pelo deserto. Naquela noite não consegui dormir, e após a alvorada, tomando o café que fiz ali emaranhado na solidão alaranjada, e, emocionado chorava olhando pra Bike, então segui pelo deserto de forma independente, podia ir mais longe, agora só dependia das minhas pernas e do meu equilíbrio sobre o deserto...

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