DE FÉRIAS PARA OS SEUS PÉS

 

Andei, andei, andei e acreditem, não achei nenhum restaurante em Madurai. Estive em cidades como Lumbini que era de apenas uma rua e tinha restaurante. Aqui, circulei por todo centro e nada! O povo come na rua, ou nuns balcões escuros, com algumas cadeiras velhas que chamam de shopping...

 

Tinha que arriscar, diga-se de passagem que foi o rango mais barato que comi, mas era horrível e como diria o velho filósofo forasteiro tupiniquim: De água e bolachinha o homem sobrevive, e é assim que estou sobrevivendo em Madurai.

 

Ah, o cafezinho na rua dá pra encarar, só que se toma de forma diferente aqui no sul; vem um copo de alumínio dentro de outra cumbuca de alumínio, se joga o leite da cumbuca pro copo e do copo pra cumbuca. Dizem que é a maneira de se misturar o açúcar... Pra mim tudo bem...

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Ao invés dos restaurantes, estão as lojas de sapatos por todos os lados, quer dizer, de chinelos, porque aqui 80% da população anda descalça, 19% de chinelo e outros 1% andam de sapato, é impressionante!

 

Nos hotéis todos descalços, nas lojas todos descalços, os motoristas descalços, as mulheres descalças, os guardas, de uniforme marrom, mas descalços, andam com um bastão de madeira e para passar o tempo: com os bastões, ficam matando formigas...

 

Nessa expedição, mais uma vez fiquei decepcionado. O templo de Menaksi não era tão grandioso quanto o esperado. Valeu a pena pela visita, mas esperava mais. As partes mais interessantes, como o Santuário de Shiva e o Santuário de Menaksi só podiam ser visitados por hindus, aí ficou aquela pontinha de frustração de não sentir a experiência hindu sulista em sua essência, mas tudo bem, faz parte... E agora que me acostumei a andar descalço, vai ser duro voltar a por a botina...

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Marcelo Nogal