Relato Lima
NA CONFUSÃO
O motorista me acordou, havíamos chegado à Lima, abri os olhos e estava dentro de um galpão, perguntei: “Cadê o Terminal?” “Não existe terminais em Lima!” entendi, só tinha galpões um para cada agência... Esta fica na Praça Manco Capac, em cada uma das ruas que cercava a praça havia pequenos galpões em que as agências tanto transportavam carga como pessoas, comecei a procurar e achei a companhia que me levaria a Trujillo, também encontrei uma pousadinha com preço convidativo bem próximo do local, depois foi só seguir caminhando pela Avenida Abancay até o centro histórico, cerca de vinte minutos de caminhada, ou pela mesma avenida, seguem vários coletivos com preços irrisórios, o único problema é que estão sempre lotados, nada diferente de quem usa transporte público em São Paulo, a única diferença é o barulho das buzinas que não cessam, aos gritos dos cobradores de coletivo: “Dalai, dalai, dalai”, que acredito significar ‘vamos’, então eles gritavam assim: “Dalai, dalai, Abancay, Abancay, dalai” ou “Dalai, dalai, Barranco, dalai” e assim por diante...
Depois de caminhar por entre igrejas góticas, museu do correio, palácios, e, mais uma Plaza de las Armas, até que num restaurante modesto do centro resolvi experimentar um ‘cebiche’ um dos pratos típicos peruanos, composto por mariscos, peixes, cebola, lentilha pimenta, dentre outras coisas que não consegui definir... É um prato frio, mas delicioso, que me encheu de forçar para conhecer o parque da muralha, ao lado do rio Rimac, uma espécie de Tietê de Lima, a única diferença é que este estava secando, podia observar o percurso do pequeno feixe de água lamacento... No parque casais passeavam de mãos dadas, chupando sorvete... Em um pequeno palanque montado no Malecon, jovens se apresentavam para um pequeno público com suas danças ultramodernas, os ‘Menudos de Lima’, as músicas não me agradavam, não sei, mas tudo nas grandes capitais não me agradam mais: a poluição, o barulho, o cheiro forte de gordura produzidos pelos vendedores ambulantes de comida, que se espalham pelas avenidas principais, as mesmas faixadas coloniais de sempre, igrejas, praças tudo se repetindo constantemente... Devo estar ficando velho, ou cansado da longa viagem!
Tive uma ideia: Amanhã vou descansar em uma das praias de Miraflores, nas águas frias do Oceano Pacífico, não quero me tornar um Forasteiro ranzinza, que meu senso de espírito não interfira num olhar mais apurado de cada lugar que visito... Mas que Lima tem sido desestimulante, ahh, isso sim!
Marcelo Nogal

A MISSA DO MOCHILEIRO
QUANTO TEMPO FIQUEI: 2 DIAS (CAMINHANDO PELA CENTRO HISTÓRICO);
COMO CHEGUEI: ÔNIBUS DE ICA (4HS DE VIAGEM); SEGUNDA VEZ ÔNIBUS NOTURNO DE CUSCO (17HS DE VIAGEM) - TRANS FLORES-;
ONDE FIQUEI: HOSPEDAJE SAGITÁRIO DO LADO DO ESTÁDIO NACIONAL - 25 REAIS;
O QUE COMI: COMI POLLO NO FAST FOOD DO CENTRO, 10 REAIS POR REFEIÇÃO;
COMO ME LOCOMOVI: EM LIMA CADA EMPRESA DE ÔNIBUS TEM UMA AGÊNCIA E TODAS FICAM PRÓXIMAS DO ESTÁDIO NACIONAL, DE LÁ ATÉ O CENTRO CAMINHANDO SÃO 40 MINUTOS, HÁ COLETIVOS, PEGUE OS QUE PASSAM PELA ABANCAY;
PRA ONDE FUI: PEGUEI UM ÔNIBUS NOTURNO PARA HURAZ (10 HORAS DE VIAGEM) 35 SÓLOS;