DA CASA DE BUDA
Aqui, de Pokhara, nada de ônibus noturno para a fronteira com a Índia, a maioria saia bem cedinho às 07hs ao lado da Embaixada Norte Americana, a paisagem durante o percurso das montanhas escarpadas é de tirar o fôlego, as garotas nada viram, porque as curvas feitas pelo motorista nos desfiladeiros era qualquer coisa digna de filme de terror, mas este percurso também teve seu lado cômico, um nepalês inventou de tirar as botas dentro do bus e o cheiro de chulé impregnou todo o local, fez com que o motorista parasse o ônibus e depois de uma incrível bronca o obrigasse a colocar as botas novamente, o motorista foi ovacionado pelos passageiros...
Descemos em Bhairahawa, cerca de uns quarenta quilômetros antes da fronteira com a Índia, e pegamos outro ônibus para Lumbini, a viagem durou cerca de duas horas, muita gente subindo e descendo de cima do coletivo, até que o motorista disse: “Aqui é Lumbini.” achei estranho, pois só via uma rua no meio do nada, mas era ali mesmo! Descemos e foi fácil encontrar uma pousada e um restaurante, pois incrivelmente na cidade só havia esta avenida principal, quando chegava às 18hs as portas do comércio se fechavam, a rua pouca iluminada, fazia da noite um lugar das trevas...
No outro dia não foi difícil achar o grande parque, local onde nasceu Buda, esse sim era imenso, local calmo e bonito, a vegetação típica da região me agradava, com flores e borboletas dando um colorido especial ao local, na parte central do parque foi construído um templo budista sobre as ruínas da casa que segundo historiadores é a casa que teria vivido Sidarta Gautama, ao lado uma piscina com lótus e sobre árvores pessoas meditando, não resisti e fiz o mesmo...
Várias estradas de terra ligavam o templo central a outros templos menores, cada qual dedicado a uma das divisões do budismo, geralmente por país: templo tailandês, japonês, cambojano...
Aqui ter uma bike também seria muito bacana, porque as distâncias são longas e há muitos templos a descobrir, escondidos no meio da mata local, depois de passear até não aguentar mais pegamos o ônibus de volta para Bhairahawa e de lá para a Fronteira de Sonauli, chegando ao terminal local, muita gente vai querer te levar até a fronteira, todos querem ganhar um dinheirinho, mas se você tiver calma, dá pra ir caminhando, ao atravessar a fronteira, você logo nota a diferença entre Índia e Nepal, e te dá uma abrupta sensação: “De novo no meio da Bagunça!” encontrará os primeiros indianos a te perturbar depois de carimbar o passaporte na aduana, oferecendo seus serviços a Gorakhpur.
Por incrível que pareça, vale mais apena ir de jipe do que pegar o bus, o importante é chegar antes, mas detalhe: o jipe só sai quando estiver cheio e aqui eles usam um golpe: enchem de gente local pra dizer que está cheio, quando você entra as pessoas vão saindo aos poucos, todos vão se evaporando, mas enfim, quando o jipe sai, depois de algumas horas estará em Gorakhpur, outra cidade extremamente feia! Saímos de lá o mais rápido possível, hora de pegar o trem rumo a Delhi, embarcaríamos num voo para Goa!
Tínhamos programado um espaço de tempo de 9 horas entre a chegada de trem em Delhi e o Avião, e por incrível que pareça o trem atrasou em sua chegada em nove horas, as garotas estavam tensas dentro do táxi em Delhi, com a possibilidade de perder o voo, enquanto isso com um pouco de nostalgia, observava a cidade onde tudo havia começado, como parecia diferente, mais calma, mais bonita...
Chegamos ao aeroporto... O embarque também estava atrasado em uma hora... Coisas que parecem só acontecer por aqui...
Marcelo Nogal

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A MISSA DO MOCHILEIRO
QUANTO TEMPO FIQUEI: 2 DIAS (VISITANDO OS TEMPLOS DA CIDADE);
COMO CHEGUEI: ÔNIBUS NOTURNO DE POKHARA ATÉ SIDDHARTHANAGAR E DE LÁ OUTRO ÔNIBUS LOCAL ATÉ LUMBINI (2HS);
ONDE FIQUEI: HÁ DIVERSAS GUEST HOUSES NA ÚNICA RUA DA CIDADE;
OBS. (NA MAIORIA DAS VIAGENS QUE FIZ NÃO RESERVEI HOTEL - GERALMENTE FICO NOS MAIS BARATOS, QUE NÃO TEM NOME, NEM SITE NA INTERNET)
O QUE COMI: COMIDA INDIANA;
COMO ME LOCOMOVI: A PÉ PELO PARQUE;
PRA ONDE FUI: PEGUEI UM ÔNIBUS ATÉ A FRONTEIRA DA ÍNDIA, DEPOIS DA FRONTEIRA UM TÁXI
COLETIVO ATÉ A ESTAÇÃO DE TREM DE GORAKHPUR;
