Relato Chang Mai
PARECE QUE NÃO CHEGUEI
Depois do pequeno ônibus cacareco, com galinhas, estradas esburacadas e monges espremidos nos assentos, cheguei à fronteira da Tailândia às cinco da manhã, o problema era que a aduana só abria as oito, muito tempo para esperar, sentado numa escadaria de um templo budista, com dois dragões, um de cada lado, me olhando com a boca aberta, dentro da boca algumas oferendas, e, eu quebrado, cansado, esperando a aduana abrir.
Tudo muito tranquilo novamente na travessia, carimbo no passaporte, taxa de um dólar pelo serviço, mais um dólar para atravessar de barquinho o rio para a Tailândia, mais um carimbo e lá estava eu, entrando no quarto país da expedição, mas não tive muito tempo para respirar aliviado, troca de dinheiro, agora o Bath, tuc-tuc, e ônibus bizarro, o vermelhão, para Chang Rai, duas horas atravessando campos verdes, ia piscando os olhos, devido ao cansaço, não conseguia manter os olhos abertos diante da paisagem, chegando a Chang Rai, mais um ônibus, para Chang Mai, mas não estava com muita sorte neste dia, tinha ônibus a cada quinze minutos, mas todos esgotados até as 16hs, tive que esperar no terminal a tarde toda, no fim das quantas cheguei a cidade do norte Tailandês as oito da noite, fiquei num hotel ao lado da rodoviária, por 10 dólares, comi um pad thai em um restaurante local e não apreciei muito o jantar gorduroso, já no hotel, depois do banho gelado, pois não tinha ducha quente, apaguei, acordei com um pesadelo e vomitando todo o pad thai do jantar! A cama ficou uma maravilha... O difícil foi limpar aquela sujeira durante a madrugada.
Minha intenção em vir para o norte era o de fazer o trekking de elefante pelas regiões montanhosas do norte, mas como achava os de Chang Mai, muito turísticos, resolvi ir mais ao norte, tentar fazer um trekking mais divertido em Mae Hong Son.
Conheci rapidamente à cidade de Chang Mai, belos templos, muitas vendinhas, muitos turistas de todos os estilos: muitos quarentões viajando sozinho, muitos casais de idosos nos restaurantes, muitos mochileiros que acham que são a última geração hippie do mundo, com suas roupas ridículas...
Os tuc-tucs estavam por toda parte e pra todo lugar que você vá, eles dizem: "uandedi bá!" demorou para cair a ficha, na verdade eles queriam dizer; "One Hundred Bath!" esse é a língua inglesa e suas variações pelo mundo....
A tarde segui pra Mae Hong Son, vilarejo situado no meio das montanhas do norte, seis horas dentro de uma minivan, em que o motorista não era amigo dos estômagos, curvas e mais curvas pelas serras tailandesas e o enjoo ia e vinha, no meio do percurso paramos no vilarejo de Pai, com muitos gringos nela, a maioria eram jovens... O caminho era muito bonito, mas nada de espantoso para mim, a beleza é semelhante a da Serra do Rio do Rastro, mas para os tailandeses, essa era a única região serrana do país, então, motivo para pararem seus carros e tiraram fotos do horizonte perdido...
Chegando a Mae Hong Son, descobri, que prá cá, vinham os adultos, diríamos, pessoas que queriam a calmaria, no meio das montanhas, pelas ruas placas de: "Não Cerveja" e "não cocaína!", procurei pelo trekking de elefante, mas me dei mal novamente, em todos os lugares que procurava, a mesma resposta recebia: "Não tem pessoas suficientes para o passeio!"
O povo dessa região é meio atrapalhado, em vez de juntar pessoas de diversas agências e formarem grupos, não, cada um queria formar seu grupo, de três, ou quatro pessoas, o que tornava tudo mais caro e complicado pra mim, estava errado em vir para cá... Mesmo o lugar sendo maravilhoso no meio das montanhas, o frescor da manhã, o lago com flor de lótus, o verde, o templo no cume da montanha, um local que remete ao descanso, e aos mosquitos me picando, não ia conseguir realizar o trekking... Decidi voltar pela tarde para Chang Mai, acabei chegando muito tarde e as agências já estavam fechadas, o rapaz da pousada me garantiu, que conseguiria reservar o passeio para o próximo dia e que custava, mil Baths, o fato é que no dia seguinte, nada de reserva, muito menos de passeio de elefante, meu tempo se esgotava por aqui e tenho que seguir para Bangkok, muitas coisas pra ser ver por lá, saio frustrado por não ter conseguido atingir meu objetivo por aqui, algo como que se ainda não tivesse chegado à Tailândia que esperava ver e admirar...
Marcelo Nogal


A MISSA DO MOCHILEIRO
QUANTO TEMPO FIQUEI: 2 DIAS (CAMINHANDO PELA CIDADE) ;
COMO CHEGUEI: ÔNIBUS NOTURNO DE LUANG PRABANG ATÉ A FRONTEIRA, DEPOIS TRAVESSIA DE BARCO, E, DO LADO TAILÂNDES TUCTUC ATÉ O TERMINAL DE CHAG RAI E DE LÁ ÔNIBUS PRA CHAG MAY (4HS);
ONDE FIQUEI: HOSTEL NO CENTRO DA CIDADE;
O QUE COMI: CHOP SUEY;
COMO ME LOCOMOVI: A PÉ PELA CIDADE;
PRA ONDE FUI: PEGUEI MICRO PARA BANGKOK (4HS);