DOS INSETOS ASIÁTICOS

 

Vocês já devem saber que acabei criando certa implicância com a Tailândia e toda vez que chego a Bangkok fico de mal humor! Lembro-me daquele desenho do pica-pau, em que um emaranhado de estradas se entrecruzam pela cidade formando um nó, e só resta a árvore do pica-pau para ser destruída pelos construtores! Eu sou o Pica-pau sem paz pra ser livre...

 

Fico impressionado pela quantidade de cimento empreendida pelas vias da cidade, uma estrada por cima da outra, são mais de cinco contando o Skytrain, pontes infindáveis, que terminam ou começam do nada, se embolam e seguem por caminhos incompreensíveis!

 

Tudo em Bangkok é muito longe e fora de mão, que até desanima, pois mesmo com tantas vias, a cidade permanece parada, com congestionamento o dia todo, só que por aqui, não dá pra ter o dia de fúria, largar o carro e seguir caminhando, porque as construções de asfalto acabaram com a possibilidade dos pedestres caminharem pela cidade, acho que pedestre é uma palavra em extinção em Bangkok...

 

Simplesmente não conseguia chegar ao terminal rodoviário sul da cidade devido a uma enorme ponte, e não tinha rio, abismo; somente outras estradas por baixo e outras por cima, ou seja, só chegava ao terminal de táxi, ônibus ou tuc-tuc...

 

Vou viajando sem mapa, sem lonely planet, e, chegando a Bangkok, fiz a besteira de olhar um mapa, que ganhei na pousada, nele tudo é muito perto e fácil, inocência minha, não se enxerga no mapa as diversas estradas sobrepostas umas nas outras e pelo mapa os terminais rodoviários estão perto de tudo, mas nada disso é verdade, o Terminal de MoChi o do norte não está tão próximo assim do Skytrain, que também não está tão próximo assim da Khaosan Road, que mesmo o metrô te deixando no Aeroporto Internacional, diríamos que é jornada insana chegar em algumas das estações do Skytrain! Fiquei seis dias em Bangkok...

 

E como em Sampa, o asfalto ajuda esquentar a cidade ainda mais no calor, as piores pousadas ficam em Bangkok e não são tão baratas assim, a maioria custa 350 Baths com banheiro coletivo, a água do chuveiro não esquenta e nas proximidades da Khaosan Road você convive com o barulho da noitada madrugada adentro!

 

Mesmo assim, com toda má vontade, desanimo ia buscar algo em Bangkok de diferente, primeiro fui ao Grand Palace, era incrivelmente bonito, mas as pagodas de Shwedagon em Yangon me impressionaram mais, atravessei o rio para ir a Wat Arun, também muito bonito, mas não tinha animo pra tirar várias fotos como antes, devia estar sofrendo de depressão pós Tailândia, mas não, alguns turistas que conversava tinham a mesma impressão de Bangkok e da Tailândia que eu...

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Fui ao Zôo da cidade, e agora sim gostei do que vi, um dos melhores Zoológicos que visitei em minha vida, ele era da metade do tamanho do Zôo de Sampa, mas a organização, criatividade e limpeza e administração, tornava o Zôo de Bangkok um dos mais interessantes a serem visitados do mundo, dá vontade de voltar! Os animais são diferentes, eles estão lá, você consegue vê-los durante o dia: Os Hipopótamos estavam ativos e a água limpa e cristalina facilitava a visualização, em uma espécie de aquário víamos a imensos animas nadando naquele tanque... Construíram uma escadaria, em que podíamos ver os animais de cima: Ursos, Tigres... Em outras partes do Zoológico tem inúmeras atrações com animais adestrados, como macacos, cachorros, focas...

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 Finalmente um pouco de deleite por essas bandas... Pra comemorar fui comer alguns insetos na rua paralela a Khaosan Road onde fica a maioria dos restaurantes, lá eles vendem de tudo pra comer, até os tradicionais vendinhas de insetos fritos e assados, lá provo Gafanhotos, escorpião negro e “lá cucaracha”, só uma Breja Chang pra descer as perninhas dela que ficaram enroscadas na garganta! Com um pouquinho de sal e pimenta até que as especiarias tailandesas não são tão ruins assim...  Igual se faz com pipoca, o vendedor colocou uma porção de gafanhotos fritos em um saquinho e eu segui pela avenida ululante da capital Tailandesa... Turistas fazendo massagem, turistas bêbados pela calçada, prostitutas tailandesas oferendo serviços aos narigudos que transitavam pela Khao, pequenas arenas de Muay Thai, mas era visível que aquelas lutas eram armação... Vendinhas de Chop Suey e turistas e mais turistas, todos jovens, loiros e altos... Era sim que via Bangkok todos os dias

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Marcelo Nogal