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Relato Anuradhapura

Um mochileiro atravessando a Ilha num Tuc-Tuc (parte 2)

Queríamos chegar a uma cidade, que mal conseguíamos pronunciar seu nome: Anuradhapura. Era muita emoção dirigir aquele triciclo! Não tinha muita instabilidade, o vento na cara, o veículo não passava de 40Km/H... Quando os cingaleses viam o galego dirigindo levavam um susto! Vi uma placa na estrada que alertava: “travessia de elefantes!” ai eu disse: “Chukachuka, até parece que um elefante vai cruzar essa estrada, só se a gente tiver muito azar na nossa vida!” mas de repente vi um monte de carro parado na rodovia, não entendia o que acontecia, até o Chuka gritar: “Um elefante na estrada! Breca!”, apavorado com o bichão de tromba crescendo na minha frente, tentava parar, mas não achava o breque! Cruzei a estrada com o elefante e tudo!  Os elefantes do Sri Lanka são considerados os mais agressivos do mundo, por terem passado por traumas da guerra civil, então eles não gostam muito dos humanos, e uma pisada dele esmagava o tuc-tuc com a gente dentro... Em estado de choque deixei o tuc-tuc morrer e vi o elefante sumir dentro da mata, disse: “Chukachuka, acho melhor você dirigir, naum estou podendo mais não, estou todo molhadinho...”

            O Chukachuka tinha mais habilidade com as motos, mas isso significa mais imprudência, o bichinho atolava o pé no acelerador, e fazia o triciclo gemer, chegando aos 60km/h, parecia que íamos decolar, até que numa curva tentou ultrapassar outro Tuc-Tuc e deu de cara com a policia do Ceilão, os marronzinhos locais, que logo mandou encostar, é, o Chukachuka tinha um certo fascínio por passar as férias na prisão! Os guardas seguravam um bastão de madeira enorme, pediram pro Chuka o documento do carro e a brevê, ele estava tão nervoso que derrubou os documentos no chão. Logo ao examinar a habilitação, o marronzinho nos atentou de uma coisa: “Aquela habilitação era pra carro e não Tu-Tuc! Que infelizmente ele teria que aprender o veiculo!” Mas por nos sermos brasileiros, se nós pagássemos 4000 rupias, ele nos liberaria... Novamente a herança portuguesa ajudando aos seus compatriotas, acho que o Chuka não compreendeu bem e tentou argumentar: “Tudo isso, seu Guarda!” ficou tão nervoso, que estava falando em português com os policiais, então disse: “Paga logo essa porra e vamos sair fora, mano! Quatro mil rupias não dá nem vinte dólares!” Tiramos os trocado do bolso demos pro guarda e saímos de lá o mais rápido possível, só sei que depois da blitz o Chuka nunca mais passou dos 30Km/H kkkk ele aprende rápido! Já eu, quando passava em frente dos marronzinhos na estrada, ficava tão apavorado, que deixava o tuc-tuc morrer, na frente dos policias! Ai soltava o sorrizão e pedia informação pros guardas: “Qual é o caminho pra Anuradhapura?”

            Já à noite chegamos à cidade sagrada! E encontramos uma pousada extremamente confortável por apenas 24 dólares. No outro dia bem cedo, visitamos a bela Stupa Sagrada (Ruwanwelisaya Dagaba) de Anuradhapura, descalços conseguimos imergir na fé local, os monges meditando, circulando pelo templo budista (Wel Bhodhiya), entre mandalas e incensos, os monges passavam calmamente envoltos ao seu manto cor açafrão e um guarda-sol colorido para se proteger do calor da ilha... Imensas cabeças de elefantes decoravam a entrada da gigantesca Stupa Branca e lá os fies deixavam suas oferendas aos deuses... Que futuramente seriam devoradas pelos símios locais...


Marcelo Nogal

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