Relato Yangon
COM GOSTO DE EXPEDIÇÃO
Agora vai! Parece que quando o lugar é cheio de cultura a ser adquirida pelo Forasteiro Tupiniquim, uma energia ti renova e dá ânimo para continuar explorando nessa inacabável odisseia pela Indochina... Digo isso, pois antes estava desanimado, com a Tailândia, as cidades até que são divertidas, mas não empolgavam, ainda fico com aquela impressão de não ter ido para Tailândia... Mas agora era diferente...
Cheguei à capital de Myanmar, Yangon, e, que diferença! Uma mistura de casas com paineiras, ou sei lá que árvores são aquelas... Os motoristas de táxi por aqui são falastrões, a maioria dos homens veste sarongs, as mulheres comprometidas usam uma maquiagem no rosto, parecendo que a face está suja de barro seco...
Percebo que no rosto do birmanês os olhos não são mais puxados, pelo contrário, noto uma terrível semelhança com os indianos... Primeiro o cheiro de pittel pelas ruas, uma essência que eles usam para mascar, que deixa a boca vermelha e cospem pelo chão da cidade! A música também lembra as da Índia, entro num restaurante e o garçom quando me vê dá uma gingada de pescoço singular, típica dos indianos... Sinto como estivesse retornado a terra de Gandhi, mas aqui é melhor, porque ninguém te perturba, as mulheres estão todas caminhando pelas ruas e posso ver seus rostos, às sete da noite escuto as orações dedicadas a Ala ressoar dos alto falantes!
Pelas ruas de Yangon tem muita gente, cheiro de fritura, alguns senhores com enormes cavanhaques brancos, crianças passando correndo no meio de vendedores de bugiganga, alguns rapazes tomando chá, sentados em pequenas cadeiras nas ruas. Já é tarde, mas na empolgação contínuo andando, observando a capital de Myanmar, sinto uma vida intensa ao meu redor, que vai me encantado, ruas que me lembram muito Havana, por serem estreitas, com sobradinhos caindo aos pedaços, nelas crianças jogam bola, brincam de fazer embaixadinha, mas com uma bola feita com uma espécie de folha seca! Meninas brincam de peteca, em meio a uma fumaça, pois senhores sentados na calçada fumam seus cachimbos! Em uma pequena porta vejo um homem barrigudo, sem camisa contar seu dinheiro, os muitos kyats que possui! Quando vou passeando pelas vielas estreitas e singulares de Yangon algumas pessoas olham pra mim e sorriem, outros me ignoram, outros tentam me vender frutas, porque nas ruas se vende de tudo ao mesmo tempo: frutas, sapatos, concertam relógio, fritam espetinho de carne desconhecidas...
Os carros que circulam pelas ruas de Yangon são todos antigos da década de 80, os carros dão a impressão que a cidade é quadrada e branca como eles: Prêmio, Santana, Opala, Gurgel, Parati... Em menos de duas horas vejam o quanto degustei desta distinta cidade asiática...
O segundo dia em Yangon visitei a incrível Pagode Shwedagon, segundo alguns historiadores a Stupa foi erguida no século XI antes de cristo, com a passagem de Buda pelo local sagrado. A Stupa tem 98 metros de altura e é todo revestido em ouro. Outras 64 pagodas menores margeam a Stupa principal formando o complexo de Shwedagon. Este é o principal centro de peregrinação birmanes, a Meca dos devotos do budismo terevada no país. O local realmente lindo e imponente, ver os peregrinos e monges em seus rituais sagrados, ver a coluna de Buda que narra a vida de Gautama e todos demais templos coloridos me encantava.
Que surpresa encantadora é descobrir Myanmar! O País ainda controlado pela ditadura local é uma loucura mesmo, mais uma daquelas surpresas que a viagem pode reservar, uma mistura trágica de Bolívia, pela precariedade local, e Cuba, pelas cidades envelhecidas caindo aos pedaços devido ao sistema...
Em Yangun, 80% da frota dos carros, pertencem aos taxistas, ou seja, a população em geral não tem carro, assim, a estrada que liga a capital à Bagan é boa e sem tráfego pesado de veículos...
Percebo que as classes sociais estão dividas de acordo com etnia: Os de descendência asiática, malacos, são dá elite local, estão na TV, são os cantores, atores de propagandas... Já os de etnia Hindu, são os miseráveis, vivem nas ruas da cidade, em que se vende de tudo, e se come de tudo, que por sinal é muito ruim e de aparência suspeita...
Mas todo lugar incrível tem algo que irrita, aqui o câmbio! Diríamos que viajar por Myanmar é caro, pois como em cuba, a moeda deles o Kyat, vale mais que o dólar, ou seja, o povo acaba vivendo em terrível miséria e no aeroporto além da taxa de embarque, se paga mais 20 dólares de taxa de serviço e mais 2 dólares para entrar de táxi no aeroporto, vão sugando todo nosso dinheiro... É um daqueles lugares que esfregam na sua cara: "Paga mais turista trouxa! Nós precisamos de seu dinheiro para sobreviver!” Triste realidade...
Marcelo Nogal


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A MISSA DO MOCHILEIRO
QUANTO TEMPO FIQUEI: 2 DIAS (CAMINHANDO PELA CIDADE);
COMO CHEGUEI: DE AVIÃO DE BANGKOK DEPOIS TÁXI ATÉ O CENTRO;
ONDE FIQUEI: HOSTEL NO CENTRO DA CIDADE;
OBS. (NA MAIORIA DAS VIAGENS QUE FIZ NÃO RESERVEI HOTEL - GERALMENTE FICO NOS MAIS BARATOS, QUE NÃO TEM NOME, NEM SITE NA INTERNET)
O QUE COMI: COMI LANCHES E COMIDA INDIANA;
COMO ME LOCOMOVI: CAMINHANDO A PÉ PELA CIDADE;
PRA ONDE FUI: PEGUEI UM ÔNIBUS NOTURNO PRA BAGAN - BAGAN MINTNAR EXPRESS;