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Relato Hanói

PAÍS VERMELHO

 

Na viagem de ônibus de Sapa para Hanói, conheci um francês, muito simpático, que vive no Vietnã há quase dois anos, trabalhava com acessória em restaurantes e hotéis vietnamitas, porque tudo por aqui é muito desorganizado, parece até um país da América Latina que conheço... No final da viagem ele me ajudou com a negociação do moto-táxi até o centro velho de Hanói, consegui um preço justo, e, logo pela sete da manhã lá estava eu ao lado do lago da cidade, caminhei por alguns minutos e logo outro motoqueiro me ofereceu um hotel por 14 dólares, que ficava cerca de algumas quadras dali, me levaria de graça até o local, aceitei, foi a melhor coisa que fiz! Hotel muito bom e barato... Água quente, TV, Wifi que funciona, local para lavar a roupa suja e o melhor: Reservei o passeio pelo hotel: dois dias por Halong Bay e o táxi do último dia para o Aeroporto de Hanói...

 

Ouvi durante minha estada pelo Vietnã, turistas reclamando dos serviços de alguns hotéis, dos altos valores cobrados pelo passeio à Halong Bay, alguns incompletos, na verdade tive sorte, mais uma vez...

 

Depois da ducha, fui dar uma voltinha pela cidade,   o centro velho é uma loucura, na verdade a cidade inteira é uma loucura! Motos para todos os lados, a todo instante, poucos faróis, muitas buzinas! Atravessar as ruas é uma aventura, também na rua se toma o café da manhã, se come e se vende de tudo, e por ai vai... Meu café de rua foi uma, quer dizer, duas enormes bengalas com omelete (O Vietnã tem um pouquinho da cultura francesa, devido à colonização) Viva! Pãozinho francês again e o melhor: Meu primeiro café com leite da trip, após tantos dias sem café, vocês não sabem o quanto foi gostoso tomar esse café com leite na capital do Vietnã!

 

Caminhei perto da lagoa e fui devagarzinho descobrindo a cara socialista de Hanói, ou pelo menos reminiscências dela pela cidade, em uma praça encontrei a enorme estátua de Lênin, por todos os lugares que passava via a imagem de Ho Chi Min dependurada em algum canto, inclusive no dinheiro vietnamita, o Dong, do outro lado uma da nota a imagem socialista, de pessoas trabalhando em conjunto.

Visitei o museu de Ho Chi Min, e digo, foi muitíssimo interessante, entender o pensamento vietnamita... Tudo começa com Nguyen Al Quoc Nam, na década de 30, quando ele se muda para Paris e é influenciado, pela revolução cultural: Cubismo, surrealismo... Como também acaba se integrando em grupos comunistas, no fim das quantas, volta para o Vietnã, com sua nova e fascinante ideologia, dai vem toda aquela história da guerra fria, Estados Unidos contra a Rússia, Vietnã do Norte contra Vietnã do Sul, que se encerra com a vitória vermelha, na década de 70 com a conquista de Saigon liderada por Ho Chi Min, colocando um fim na guerra do Vietnã, mas diferentemente de Cuba, que a todo instante as pessoas fazem questão de falar de suas conquistas socialistas em tons autos e claros, que venceram os EUA, aqui, no Vietnã eles dizem apenas: "A vitória do Socialismo!"

Não importa contra quem, o importante foi que os vermelhos ganharam a batalha, e, olhando para os vietcongs, fica quase impossível imaginar como os Norte Americanos, perderam a batalha, pelo contrário fica fácil, com a mesma arrogância que a minha agora, em subestimar os vietcongs por serem magros, sem tecnologia alguma e por seu capacete de combate ser de palha... Mas deixamos Rambo e as frustrações Norte Americana pra lá, o fato é que a maioria dos jovens daqui, não sabe quase nada sobre a guerra no Vietnã, não se dá muito a importância a guerra fria nas aulas de história, vou lembrar mais uma vez de uma país da América Latina, que ganhou guerras contra o Paraguai, Uruguai, conquistou territórios Bolivianos, que depois viria a ser o Estado do Acre, mas que pouco sabemos sobre essa história...

 

O fato é que escutei, umas 100 vezes durante o dia: "Moto Bike, Sr!", ou vinha alguma senhora com chapéu de palha com seu jeito todo engenhoso de andar carregando as cestas de fruta, dizendo: "One banana, please!"

 

Em outros museus, conheci, outras figuras importantes da cultura vietnamita e ointeressante é que todos os grandes mestres religiosos tem o cavanhaque e o kimono igual do Pai Mei dos filmes de Tarantino...

 

E agora, analisando com mais atenção um passaporte de um vietnamita, descubro que o nome do país não é Vietnã, mas sim: Democracia Socialista do Vietnã!

Marcelo Nogal

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A MISSA DO MOCHILEIRO 

 

QUANTO TEMPO FIQUEI: 2 DIAS (CAMINHANDO PELA CIDADE);

 

COMO CHEGUEI: ÔNIBUS NOTURNO  DE SAPA E DEPOIS MOTO TÁXI ATÉ UM HOSTEL;

 

ONDE FIQUEI: HANOI MEMORY HOTEL - 20 DÓLARES;

 

O QUE COMI: ARROZ COM FRANGO;

 

COMO ME LOCOMOVI: A PÉ PELA CIDADE

 

PRA ONDE FUI: MOTO TÁXI ATÉ O AEROPORTO E VOÔ PRO LAOS - LAO AIRLINES ;

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