Relato Vela del Coro
VELA DEL CORO - BEGINS
Estava no estado venezuelano de Zula, na cidade de Maracaibo, procurando no terminal rodoviário um destino. Foi tudo muito rápido, achei uma agência de ônibus, faltava apenas um passageiro e logo que subi ao ônibus seguimos viagem a Coro.
Era um pequeno micro-ônibus colorido, no painel dezenas de adesivos de santos estavam colados, logo atravessamos a longa ponte sobre o lago Maracaibo escutando merengue caribenho... Foi uma grande experiência! A Ponte Gal Rafael Urdaneta parecia ser duas, ou três vezes maior que a Rio-Niterói, a construção é imponente, seguíamos no meio daquele imenso lago, parecia um oceano, além da ponte não se avistava nada além do azul no mar...
Depois de cerca de seis horas chegamos à pacata cidade de Coro, que fica em outro estado venezuelano, o de Falcon, o minúsculo terminal rodoviário fica a dois quilômetros de distância a oeste do centro da cidade, no meio desse percurso encontrei uma pousada para ficar, o que achava mais difícil era encontrar um local confiável para trocar meu dinheiro, eu nunca sabia o valor exato de câmbio por aqui, quando mostrei a nota de 100 dólares para o dono da pousada seus olhos brilharam, disse: “eu troco!” Logo me arrependi, já sabia que ia levar um golpe, era o que esperava gastar na Venezuela durante minha estadia por lá...
Olha que os bolivarianos não valiam quase nada e tudo na Venezuela era muito barato, até mesmo a cerveja Brahma importada custava menos do que a vendida no Brasil. O litro de gasolina custava alguns centavos. Cartazes do próximo jogo de beisebol estavam colados nas paredes do comércio central. O beisebol parecia ser a paixão dos venezuelanos, usavam camisas de times das ligas norte americanas.
Os carros eram antigos e serviam de lotação para se locomover pela cidade, foi num desses que segui rumo a La Vela Del Coro, local segundo a lenda onde tudo começou, quer dizer a Venezuela nasceu.
Na pacata praia de Vela, no caribe venezuelano, chegaram as embarcações espanholas para redescobrir está parte do continente americano, hoje na praia restavam algumas dezenas de barcos dos pescadores e um pequeno monumento referente à colonização em uma praça a beira mar. A areia da região tem um tom marrom mais escuro, um pouco dura, plana e extensa, arrisquei entrar nas calmas águas de La Vela, o local estava praticamente deserto, conversei com algum dos pescadores que via na praia arrumando suas redes, para tentar descobrir a possibilidade de atravessar o mar até Aruba ou Curaçao, e, descobri que não tinha nenhuma chance de fazer o percurso...
O fato é que houve uma grande migração das ilhas caribenhas para Coro, tanto que a linguagem castelhana local foi acrescida de algumas palavras dos dialetos das ilhas, como também o sotaque é bem diferenciado dos demais estados venezuelanos que passei... Falavam o “castelhano criollo”.
Outro passeio interessante na cidade é ir até o parque Medanos del Coro, fazer um passeio pelas dunas. O parque fica cerca de três quilômetros ao norte da cidade. No centro, mais resquícios de sua história em momentos de colonização, por aqui tudo é muito calmo à noite, então o jeito foi ir há um boteco tomar uma breja brasileira sem imposto e assistir uma partida de beisebol local!
Marcelo Nogal


A MISSA DO MOCHILEIRO
QUANTO TEMPO FIQUEI: 2 DIAS (NA PRAIA E CAMINHANDO PELA CIDADE);
COMO CHEGUEI: PEGUEI UM MICRO EM MARACAIBO
(4HS DE VIAGEM);
ONDE FIQUEI: FIQUEI EM UMA POUSADA HUMILDE NA CIDADE;
OBS. (NA MAIORIA DAS VIAGENS QUE FIZ NÃO RESERVEI HOTEL - GERALMENTE FICO NOS MAIS BARATOS, QUE NÃO TEM NOME, NEM SITE NA INTERNET)
O QUE COMI: COMI X-BURGUER OS DOIS DIAS;
COMO ME LOCOMOVI: CAMINHEI POR TODA A CIDADE E PEGUEI UM COLETIVO ATÉ VELA DEL CORO; O TERMINAL DE CORO FICA DISTANTE DO CENTRO DA CIDADE (UMA HORA DE CAMINHADA);
PRA ONDE FUI: PEGUEI UM ÔNIBUS NOTURNO PARA CARACAS;