Relato Ciudad de México
PRIMEIRAS IMPRESSÕES
Depois de algumas horas de viagem, lá estava eu descendo no distrito, foram poucas horas na capital, mas tempo suficiente para transcender em uma nova experiência. O começo era animador!
A capital tem aqueles climas inexplicáveis de grandes subúrbios, cena de Drops, ou daqueles filmes antigos que mostravam a Philadelphia! O metrô velho e laranja cruzava a cidade, jovens trajados com roupas dos anos setenta, cabelos ao estilo Jim Morrison, ruas escuras e sujas, ruas que amedrontam o viajante, ou no mínimo causam má impressão a princípio, e, a cada novo passo outros filmes vão surgindo na mente, alguns de famílias mexicanas, Labamba...
Tudo é muito singular, os mexicanos parecem ser uma grande família, o bigode parece ser o símbolo da maturidade, já as mulheres depois dos 40 tem um único destino: se transformar num potinho do Yakult..
Sento em uma mesa para comer una quesada muy picante, a loja do lado toca cumbia, nada melhor para começar!
Sinto o mesmo prazer de quando viajei para Bolívia e Peru, bate aquela recordação gostosa do exótico, e, está acontecendo de novo, só que o mexicano é mais aberto, demonstra mais seus sentimentos, e, é mais família, que agora você faz parte.
O trânsito em uma das cidades mais populosas do mundo também é caótico, vou cruzando a cidade, margeando a linha do trem Branco, as estranhas estações lembram as da linha turquesa da CPTM de São Paulo, quando mais nos afastamos do centro, as casas vão perdendo a forma, vejo grandes conjuntos habitacionais, daqueles que tentam esconder os pobres da sociedade em um canto longínquo, aqui as pequenas casinhas são de tijolo cor acre, com uma pequena caixa d´água preta no teto, imagem que domina o horizonte até sairmos da cidade e olha que demora pra isso acontecer!
De volta ao centro, em Zocalo a imponente catedral gótica é o marco da invasão espanhola no México, hoje é o cartão postal da capital, os artistas, os vendedores ambulantes, os mendigos, os pombos todos estão ali para recepcionar o turista, compro um café e sento em um dos restaurantes que cercam a praça e aguardo o sol se esconder atrás da imensa catedral...
O metrô continua sendo meu grande condutor por DF, vou até a igreja sagrada de Guadalupe, depois vou até o bairro de Coyoacán conhecer o antigo Museu Casa Azul, onde vivia Frida Kahlo: “Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores, em cores que eu são sei o nome...” essa música não sai da cabeça no momento que vou circulando pelos cômodos da antiga morada de Frida, vou observando as mobilhas, todas coloridas... É uma casa modesta, mas tem um charme encantador, era como que, Frida colorisse tudo ao seu redor devido seu interior ser preto e branco, triste... O quarto onde Frida passou boa parte de sua vida olhando para o espelho do teto, reafirma minha impressão de dor interna, e um mundo surreal ao redor pra aliviar seus sofrimentos pessoais de problemas de saúde e traição...
Próximo ao Museu Casa Azul ficava outro museu interessante, era a casa onde viveu Leon Trotsky... Local onde o revolucionário russo foi morto pelos espiões da KGB, os buracos nas paredes alvejados por balas no momento do assassinato ainda eram visíveis nos cômodos... A simplicidade na casa de Trotsky também me encantava...
Depois tive que caminhar cerca de um quilômetro da estação de metrô Xochimilco até o píer Fernando Celada nos canais do parque, turistas vinham passear nos típicos barquinhos da região, chamadas de “Trajineras”, barquinhos coloridos que remontam os meios de locomoção dos astecas antes da invasão espanhola na região. Não quis gastar meu dinheiro passeando pela Veneza mexicana, preferi apenas observar os turistas indo e vindo pelo canal, tomando uma tequila pra matar as bactérias de dois burritos gordurosos de carne que comi pelo caminho...
Marcelo Nogal

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A MISSA DO MOCHILEIRO
QUANTO TEMPO FIQUEI: 3 DIAS
TEOTIHUACAN
CASA DE FRIDA
CASA DE TOLSTÓI
CENTRO HISTÓRICO
XOXHIMILCO
COMO CHEGUEI: AVIÃO ATÉ CIUDAD DE MÉXICO (AVIANCA) PEGUEI METRÔ ATÉ O CENTRO;
ONDE FIQUEI: HOSTAL REGINA;
O QUE COMI: COMIA TACOS;
COMO ME LOCOMOVI: DE METRÔ PELA CIDADE;
PRA ONDE FUI: PEGUEI UM ÔNIBUS NOTURNO PARA MÉRIDA;