Relato Santorini
A TRILHA GREGA DE SANTORINI
Por que viagens de navio são tão entediantes! Um azul infinito e mais nada, horas e horas com a mesma monótona vista, até que finalmente a ilha de Santorini surgiu no horizonte e pude sair do meu esconderijo para tirar fotos no andar de cima: Via várias casas branquinhas empoleiras encima da montanha contrastando com o azul intenso do mar egeu...
A ilha de Santorini era diferente de todas que tinha visitado, a imensa ilha de pedra se erguia verticalmente e tão somente lá encima do arranha-céu a cidade de Thera com seus cata-ventos era habitada. No porto uma caminhonete me aguardava para me levar para o hostel encima do morro, paguei cerca de doze dólares pela pousada e o transfer juntos... Subir aquele desfiladeiro caminhando não seria uma boa ideia. O Senhorzinho dono da pousada me ofereceu o vinho feito na chácara dele, que bela recepção, que delicia de vinho, acredito que o motivo de o grego ser um bom anfitrião é uma questão cultural helenista.
Acordo bem cedo preparado para fazer minha caminhada mítica pela ilha grega de Santorini, caminhar por uma antiga trilha de pastores que margeia toda ilha por dez quilômetros de Fira até Oia... Precisei caminhar pouco pra encontrar as primeiras igrejas ortodoxias tradicionais de Santorini: brancas com a cúpula azul. O começo da trilha do sol foi caminhando pelo emaranhado de casinhas brancas em um ziguezague frenético, entre vielas escuras, por vezes se deslumbrava com um mirante, avistava a ilha de Thólos e os diversos barquinhos cruzando a imensidão azul do Egeu. Passava por hotéis luxuosos, avistava casais tomando vinho na piscina, restaurantes charmosos com mirantes deslumbrantes, até que chego a Skaros Rock, uma bela formação rochosa, que formava uma espécie de braço da ilha. Uma nova trilha para escalar essa imensa rocha me tirava do percurso, no fim da trilha, encravado na rocha fica um antigo mosteiro branco com três sinos alinhados com o céu (Mother of Lord Theoskepasti Holy Orthodox Church). Aquele local era um dos mirantes mais lindos da Ilha, fiquei algumas horas ali, sentado, relaxando e contemplando a natureza que me cercava...
Voltei para o caminho do sol, a partir daqui, a cidade branca ia ficando pra traz, a estradinha de pedra ia se desfazendo em apenas um simplório caminho de terra, com ovelhas pastando e alguns vinhedos... O sol ia me seguindo, e lá no fundo, no bico da ilha já conseguia ver os moinhos de Oia...
Passava por alguns restos arqueológicos das épocas de Hesíodo e da época das belas fábulas da ilha grega de Ithaca, aqui era Santorini, mas na minha poética eram semelhantes... A tarde ia chegando a Oia, o vento fresco refrescava e o silêncio trazia a calmaria para aquela jornada, ora ou outra, uma nova igrejinha perdida cruzava meu caminho... Até que a cidade foi crescendo, ganhando forma, deixando o caminho mais branco, era o fim de uma bela trilha que culminava com o pôr do sol em Oia. Tomei uma cerveja pra comemorar minha aventura solitária pelos belos mirantes de Santorini e depois peguei um ônibus para retornar ao Hostel em Fira... O percurso que o motorista fez não era tão glamoroso, mas sim monótono quanto o navio. No dia seguinte iria relaxar em uma das praias da Ilha Grega, com areia preta, depois de caminhar 10 quilômetros em merecia um descanso...
Marcelo Nogal
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A MISSA DO MOCHILEIRO
QUANTO TEMPO FIQUEI: 2 DIAS
TREKKING DE THERA ATÉ OIA DE UM DIA;
BLACK BEACH
COMO CHEGUEI: FERRY DE 8HS DE ATENAS
ONDE FIQUEI: HOSTEL EM FARO;
O QUE COMI: COMPREI ALIMENTOS NO MERCADO DO LADO DO HOSTEL;
COMO ME LOCOMOVI: CAMINHANDO PELA CIDADE E VOLTANDO DE COLETIVO LOCAL;
PRA ONDE FUI: VOLTEI DE FERRY PARA ATENAS;