Relato Ouro Preto
OURO PRETO - Diga Xxxxxxxxxxx
Antes de chegar respire fundo, prepare o dedinho para os cliques, pois se você é um fotografo ousado, Vila Rica te inspira na arte de fotografar! Descendo na pequena rodoviária, não pegue o táxi até o centro, vá caminhando, é pertinho... E logo terá seu primeiro deslumbre: A paisagem da cidade e ao fundo a Serra do Espinhaço! Igrejas arriba, igrejas abaixo, cruzes pra cá, cruzeiros pra lá sobre o céu de um impecável azul deixando suas fotos maravilhosas...
Enquanto vamos descendo pelas ruas de paralelepípedos não dá pra esquecer os adjetivos, eles não saem da boca, quase sempre escancarada de fascínio... Tudo vai passando muito rápido: Praça de Tiradentes, Museu da Inconfidência, artistas imitando estátuas semelhantes as produzidas por Aleijadinho... Cliques, muitos cliques para não perder nada! E quanta história para resgatar ou aprender.
Cada igreja um estilo arquitetônico a ser registrado pelas lentes: ora barroca, ora clássica, ora rococó... As mais antigas com o cemitério de baixo do altar... E quem diria, Aleijadinho (Antonio Francisco Lisboa) está em uma delas! Em outras mais modernas, o cemitério esta do lado da igreja... E por dentro Estátuas de santos que te deixam com medo, decorações com muito ouro, e, no teto da Igreja de São Francisco de Assis a pintura do Mestre Ataíde, que delírio! Opa, não pode fotografar! Desculpa ae, mas é o hábito por aqui...
Chafariz pra cá, pontes pra lá, vamos subindo e descendo as ladeiras da antiga Vila Rica entusiasmados com o que vemos e já é quase a hora do almoço e estamos esgotados... Ainda bem que existe a comida mineira! Ahh, a melhor do Brasil! Pra começar a cachaça local, depois o feijão tropeiro, vaca atolada! No final o docinho de leite, hummmm como adoro! Nem vou falar do pãozinho de queijo, porque ai já é covardia...
Forças restabelecidas, baterias carregadas, voltamos aos cliques: Começo visitando a Casa Museu Guignard, pintor que nasceu e começou a pintar o que hoje fotografamos, depois vou ao Museu Casa do Conto: com suas tenebrosas histórias de um período triste construído no Brasil: o da Escravidão! Neste museu além de ter sido um cárcere, foi onde viveu o poeta árcade Cláudio Manoel da Costa e por falar em poesia, enquanto desço a sinuosa ladeira repleta de republicas até a Igreja do Rosário, vou relembrando o poema de Marília de Dirceu... E... Depois de visitar tantas igrejas, ora de instigar o lado profano à noite em um dos botecos da Rua Direita!
Antes de o dia começar, o café da manhã mineiro, oh tentação! Tem coalhada, batata doce, pão de queijo e pingado, afinal estou em Minas! Ajusto a máquina e agora sigo para as minas, entender como era a extração de ouro no século VXI, que tornou a cidade tão rica e prospera naquela época! Começo pela mina do Chico Rei... Depois de explorar todos os cantinhos de Ouro Preto, sigo pela antiga e clássica Estrada Real até Mariana, outra cidadezinha histórica das épocas dos inconfidentes... Ainda bem que inventaram o cartão de memória!
Marcelo Nogal



A MISSA DO MOCHILEIRO
QUANTO TEMPO FIQUEI: 3 DIAS (CONHECENDO AS IGREJAS - AS MINAS E UM DIA EM MARIANA);
COMO CHEGUEI: ÔNIBUS NOTURNO DIRETO DE SÃO PAULO (14HS);
ONDE FIQUEI: EM UMA POUSADINHA NA REGIÃO CENTRAL (15 REAIS)
O QUE COMI: COMIA ARROZ COM FEIJÃO EM RESTAURANTES POPULARES DA CIDADE;
COMO ME LOCOMOVI: A PÉ PELA CIDADE E PEGUEI UM COLETIVO PRA MARIANA;
PRA ONDE FUI: VOLTEI PRA SÃO PAULO;