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Relato Novo Airão

Dias de Martim!

 

Eu não tinha tempo para cruzar o rio Amazonas até Belém, mas queria sentir a emoção de navegar em um catamarã à noite pelo rio Amazonas, foi assim que embarquei no Porto de São Raimundo para Novo Airão, não custava muito e o capitão pediu que eu levasse uma rede.

 

À noite quando cheguei, só estava com a mochila, dormiria no convés, não estava disposto a gastar dinheiro com rede, sentei no chão de madeira do lado das minhas bagagens e fiquei observando as luzes de Manaus ficarem para traz, digo que foi nostálgico, lembrei dos romances de José de Alencar, estava deixando uma metrópole e adentrava na relva.

 

O rio Negro é imenso, os extremos da floresta ficavam bem distantes, o catamarã iluminado era apenas um fagulho na imensidão escura do Amazonas, um mero vagalume num remanso suave das ondas do rio. O Capitão me vendo sentado no convés comendo pão com manteiga se convalesceu, cedendo uma de suas cabines de luxo para o viajante tupiniquim, disse baixinho segurando o timão: “Garoto, pode ficar em uma das cabines, não se preocupe com valores, é uma cortesia do capitão, vá descansar rapaz, que viajaremos a noite toda!” atendi seu pedido e fui para a cabine, mas o calor e umidade na floresta me castigava naquela cabine sem ventilador, aquilo mais parecia uma sauna, eu não conseguia dormir, voltei para o convés, para na brisa da madrugada refrescar meu corpo...

 

Fiquei encantado com a visão que tinha do Amazonas, a lua iluminava toda a floresta, conseguia ver tudo na madrugada: a cena tranquila as margens do rio, cercada pela selva, A lua sobre o rio brilhante, com o fulgor cristalino das ondas...

 

Todo aquele clima me fascinava, aquela viagem até Novo Airão, se tornava singular, e, logo às 05hs da manhã estava na pequena cidade, em apenas meia hora já havia conhecido todo o vilarejo, me disseram que ao lado do porto tinha uma senhora que alimentava os botos-cor-de-rosa, que era possível nadar com eles, não pensei duas vezes, e, lá estava eu, comprei algumas cabeças de tainhas e dava na boquinha dos botos a refeição, a sua tonalidade rosa, um efeito lúdico do rio, era encantador, não resisti, tive que mergulhar com os lendários animais da Amazônia.

 

O passeio pelo Arquipélago de Anavilhas era caro demais e não tinha gente suficiente para ir de barquinho comigo, na verdade o “the most” deve ser sobrevoar o Arquipélago. Para aliviar o calor de mais de 40 graus, nada melhor do que experimentar um suco de cupuaçu! E não é que é bom mesmo! Agora era hora de experimentar o caldo de piranha... Que Deus me ajude!

 

 

 

Dados Técnicos

O município de Novo Airão fica na margem direita do Rio Negro, a uma distância de 115 km de Manaus em linha reta. Seu acesso por meio fluvial é de 130 km (8 horas) e pela estrada AM 070, Manaus/Manacapuru, no km 80 se pega a AM 352, percorrendo mais 100 km até a cidade.

Marcelo Nogal

novo airao dicas viagem

A MISSA DO MOCHILEIRO 

 

QUANTO TEMPO FIQUEI: 1 DIA (COM OS BOTOS NO RIO NEGRO);

 

COMO CHEGUEI: CATAMARÃ NOTURNO DE MANAUS (8HS);

 

ONDE FIQUEI:  DEIXEI A MOCHILA NUM GUARDA VOLUME DE MANAUS E VIAJEI DURANTE À NOITE;

 

O QUE COMI: COMI PASTEL NA CIDADE;

 

COMO ME LOCOMOVI: A PÉ

 

PRA ONDE FUI: PEGUEI UM ÔNIBUS À TARDE PRA MANAUS (4HS);

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