Relato Kuala Lampur
NOS METRÔS KL
Estava prestes a deixar a Tailândia, de Hat Yai até Kuala Lumpur! Para Malásia iria de bus, levava uma noite de viagem, e, eu estava com uma vontade louca de chegar a um novo país, e logo na aduana vi um informe de boas vindas aos turistas: ‘Agora você realmente vai conhecer a cultura do sudeste asiático!’ e eu bem sabia o que significava essa frase...
E, filosofando sobre as viagens, depois que se cruza uma fronteira, como um passe de mágica, tudo muda: a paisagem, o cheiro, os rostos, as vestimentas, cada país com suas peculiaridades e nas fronteiras essas diferenças se tornam notórias!
Adentrando para Malásia, nas paradas a comida nos restaurantes era diferente, as músicas pelas ruas... A influência árabe dominava a região, o povo parecia ser mais feliz! As pessoas sorriam pra mim... Podia ver nativos novamente, diferente da Tailândia que só via turistas... Às cinco da manhã o ônibus nos deixou na Little China, é lá onde ficam os hotéis mais em conta.
Nas notas de 10 Ringgits já podia observar o orgulho da nação em KL, é como chamam a cidade de Kuala Lumpur... Na nota o desenho do metrô estava estampado! E realmente ele é incrível, te leva nos principais pontos de interesse da cidade, é bonito e eficiente, tem vagões reservados só para mulheres, e, quando eu descia, vinha aquele aroma de curry pelos corredores da estação!
A Estação de KL, próxima a Little China tinha a estrutura e design de uma mesquita, o metrô me levava para o terminal rodoviário, a Batu Caves, para as Torres Petronas... Ahhh como estava adorando a Malásia!
Quando cheguei às Torres Petronas, fiquei encantado com a estrutura do arranha-céu, com o seu tamanho, por sua beleza! De qualquer parte da cidade eu conseguia vê-las, só não consegui subir até a ponte que as uni (tem um limite máximo de pessoas para subir por dia) Não consegui subir, pois a fila era enorme, o tempo de espera após pegar uma senha era de três horas para conseguir visitá-la, não, deixa pra próxima...
Preferi andar pelo shopping que fica em seu interior, nos primeiros andares, que também é uma zona franca! Babava com os equipamentos eletrônicos de ponta e que custava a metade dos preços dos produtos comparados aos vendidos no Brasil, aqui também provei um rango delicioso, só não me pergunte o nome!
No segundo dia voltei ao metrô da Malásia que cheirava curry, era preciso ir até à última estação sentido ao norte da cidade para chegar à Batu Caves, o templo hindu mais imponente de KL. Na frente da caverna a gigantesca estátua dourada de Murugan, o deus hindu da guerra, com seus 40 metros de altura, que dava um ar todo místico e exótico ao local e ao mesmo tempo via nossa insignificância representada nas pessoas subindo a imensa escada, éramos minúsculos na imensidão do mundo, mais de 250 degraus para chegar ao templo hindu, que se escondia dentro da caverna, alguns macacos me acompanhavam durante a escalada com a esperança de receber algum amendoim, oferenda à Hanuman, esperando que da mesma forma que os fiéis, eu faria uma parada no meio da subida para restabelecer o fôlego...
Não sei o porquê, mas alguns galos ficavam soltos na entrada da caverna, e, a boca da caverna como uma caixa acústica ecoava o cacarejar pelos quatro cantos da colina de calcário...
Dentro da caverna em cantos escuros e úmidos, sadhus indiferentes aos visitantes continuavam suas orações, e, no final daquele caminho escuro ficava o templo principal, com um gigantesco buraco no topo da caverna, era íngreme, eu podia ver o céu e por vezes alguns morcegos cruzando a fenda de um lado para o outro buscando abrigo, qualquer barulho dentro daquela caverna era amplificado, o baile dos morcegos parecia aos meus ouvidos um voo rasante de uma aeronave... Os fieis que ali chegavam, rezavam, tocavam o sino, beijavam um sacerdote hindu com seu manto alaranjado na entrada do templo, ficava apoiado em seu cajado e tinha seu terceiro olho desbotado no meio da testa...
No lado do templo havia um ligam de Shiva, onde fieis depositavam flores ou água... Dentro da caverna só conseguia enxergar a silhueta dos hinduístas e sentir o cheiro de incenso tentando escapar pelas entranhas da caverna...
Marcelo Nogal



A MISSA DO MOCHILEIRO
QUANTO TEMPO FIQUEI: 2 DIAS (UM DIA NAS PETRONAS E OUTRO NA BATU CAVES);
COMO CHEGUEI: ÔNIBUS NOTURNO DE HAT YAI;
ONDE FIQUEI: NUM HOSTEL NA LITTLE CHINA; (25 DÓLARES)
O QUE COMI: COMI CHOP SUEY;
COMO ME LOCOMOVI: DE METRÔ PELA CIDADE;
PRA ONDE FUI: PEGUEI UM ÔNIBUS NOTURNO PRA CINGAPURA - TRANSNASIONAL;