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Relato Ilha do Algodoal

O Forasteiro

 

Forasteiro era assim que eu era chamado na ilha mais charmosa do Pará, pra chegar até ela não é tarefa simples, você deve pegar um ônibus e viajar por quatro horas, lotado até os dentes, que vai pingando em todos os vilarejos que estão no caminho até chegar à Marudá), chegando no porto um barco vai te levar até a ilha, mais 45 minutos de travessia até o porto de Algodoal, lá um monte de charretes vão estar te esperando loucos pra te levar até o centro do vilarejo, vale mais pelo glamour, pois em dez minutos de caminhada se chega ao centro, mas lembre-se que os motoristas das charretes podem te levar a qualquer lugar da ilha, até arrumar uma pousada pra ficar.

 

 Chegando, percebo que tudo é muito rústico, primitivo, calmo... Talvez seja por esses motivos que a revista Times a elegeu como uma das melhores praias brasileiras, talvez por ser intocada...

 

Aqui ainda dá pra ser egoísta e ter uma praia só pra você, a mais visitada é a do Farol, para chegar até ela, só esperando a maré baixar, ou atravessar com um dos barqueiros que ficam próximos ao mangue, você senta e enquanto vai esperando a canoa encher, o barqueiro vai te contando aquelas histórias, que só bêbado acredita, disse que o segredo de um casamento duradouro é o de lavar o pé da esposa todo dia, que por esse motivo vivia com sua amada por cerca de 45 anos.

Cruzando a praia do farol e a margeando, chega-se na praia da Princesa, quase ninguém chega até aqui, do lado das pedras de corais, vão se formando lagoas com a baixa da maré, oh delicia!

 

Entrando ilha adentro, encontro frutas típicas da região, a doce ajuru, por vezes levo um susto com os lagartos escondido no meio de folhas secas, que repousam sobre a sombra dos galhos... Seguindo pela mesma trilha de areia fofa, chego à lagoa da princesa, que tem as águas com a cor do caramelo, nesta época do ano (Dezembro) a lagoa acaba secando e quase não é visitada...

 

Quando caminhava pela praia, sempre tinha um pescador para prosear, com toda calma do mundo ele vai te explicar porque as ilhas se chamam Maiandeua e depois de alguns dias, você começa a conhecer todos os moradores do vilarejo, quando vou passando pelos restaurantes, já gritam lá de dentro: “Olá, forasteiro!”, quando passam os homens com sua charrete, gritam “Como tem passado, Forasteiro!”, todos da cidade já me conhecem, sou meio que adotado pelo povo local...

 

Como um caldo de carne num dia no outro compro um pacote cheio de camarão na praia, anoite vou escutar e ver as senhoras dançando Carimbó pelos restaurantes da cidade...

Marcelo Nogal

ilha algodoal dicas viagem

A MISSA DO MOCHILEIRO 

 

QUANTO TEMPO FIQUEI: 2 DIAS (NAS PRAIAS E NA LAGOINHA DA PRINCESA) ;

 

COMO CHEGUEI: ÔNIBUS DE BELÉM ATÉ MARUDÁ (4HS) E DEPOIS BALSA PRA ILHA;

 

ONDE FIQUEI: HOSPEDADO NA CASA DE UM DOS MORADORES DA ILHA;

 

O QUE COMI: COMIA LANCHES OU ARROS COM FEIJÃO; 10 REAIS POR REFEIÇÃO;

 

COMO ME LOCOMOVI: A PÉ PELA ILHA;

 

PRA ONDE FUI: VOLTEI PRA BELÉM;

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