​

Do rio onde as pedras passam

 

Não sei o porquê, mas as cidades do interior sempre são mais agradáveis, o povo mais simpático, os preços mais honestos, o que acaba tornando a viagem mais prazerosa.

 

Estava em Canindé de São Francisco, quase no fim de Sergipe, divisa entre Alagoas (Piranhas) e Bahia (Paulo Afonso), ambos os estados separados e entrecortados por um rio: O São Francisco, e, como ele é imenso!

 

O rio impõe respeito a quem olha pela primeira vez, era por ele que queria navegar, desvendar suas belezas. Em Canindé, criaram uma enorme barragem em seu leito para construir a Usina Hidrelétrica de Xingó, o que fez a água desviar para Serra Talhada, formando o Cânion do Xingó, onde trechos do Rio São Francisco chegam a ter 120 metros de profundidade, e os paredões acima do rio 70 metros.

 

Da cidade de Canindé até o local onde sai os catamarãs são cerca de nove quilômetros, com os últimos cinco depois da Hidrelétrica de subida íngreme, pode se negociar com um motoqueiro da cidade para que te leve ao local, o preço vai depender de sua lábia. As embarcações saem todos os dias as 10:30, 11:00 e 11:30 e todo passeio leva cerca de 3 horas. As agências em Aracaju cobram pelo passeio mais translado de ida e volta ao local.

 

O catamarã está repleto de mulheres bonitas e gringos, o barco começa a navegar o rio São Francisco, aqui com a tonalidade verde esmeralda, ao som de típicas músicas nordestinas, neste primeiro trecho o rio tem grandes extensões e nas margens começamos a admirar as primeiras formações rochosas, mas tudo fica exuberante, quando o cânion vai afunilando, nos deparamos com grandes paredões, na linda Serra Talhada!

 

O caminho é sinuoso e a cada curva uma surpresa deslumbrante, encravado em um dos paredões uma imagem de São Francisco. No final do percurso, estupefatos chega-se a gruta de Xingó, local em que a água chega a atingir 30 metros de profundidade, neste local o catamarã para, para mergulharmos e desfrutarmos de toda a beleza natural, pequenos barquinhos te levam até a gruta, para quem não sabe nadar coletes são entregues, todos ficam encantados com as belezas do Xingó, que significa em português: O rio onde as pedras passam!

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

Marcelo Nogal